Dicas para Correr com Seu Cachorro: Benefícios e Cuidados Essenciais
Você sabia que correr com seu cachorro pode ser uma experiência incrível para ambos? Além de fortalecer o vínculo, essa prática traz benefícios para a saúde física e mental. Vamos explorar como começar essa jornada juntos!
Correr com Seu Cachorro: Um Guia Completo para Começar com Segurança
Correr é uma paixão para muitos, e a ideia de compartilhar essa energia com um amigo de quatro patas é ainda mais empolgante. Mas, antes de amarrar os cadarços e sair correndo com seu cão, é crucial entender que essa prática, embora cheia de benefícios, exige cuidados específicos. Especialistas como os médicos veterinários Pedro Dantas e Renata Godinho oferecem orientações valiosas para garantir que a experiência seja positiva e segura para ambos.
Benefícios Inegáveis de Correr com Seu Companheiro Canino
A corrida em dupla vai muito além de um simples exercício. Segundo Pedro Dantas, essa atividade pode trazer uma série de vantagens para você e seu pet. Ela melhora a saúde física e mental de ambos, ajuda no controle de peso, fortalece o vínculo afetivo e diminui o estresse e a ansiedade. Além disso, estimula a mente do animal com novos ambientes e cheiros, combate o sedentarismo e a depressão, e ainda otimiza o tempo na sua rotina, motivando o tutor a se manter ativo.
Preparação Essencial Antes de Calçar os Tênis
Antes de qualquer coisa, a saúde do seu cão deve ser a prioridade. Renata Godinho enfatiza que o animal precisa estar em perfeitas condições de saúde, com todos os exames em dia. É fundamental que ele não apresente doenças cardiovasculares, articulares ou respiratórias, que poderiam ser agravadas pelo esforço físico.
Idade Ideal para Iniciar a Corrida
A idade é um fator determinante para evitar problemas futuros. Para raças pequenas, o ideal é que o cão comece a correr a partir dos 12 meses. Já para animais de grande porte, a recomendação é esperar até os 18 meses. Isso porque, antes dessas idades, as placas de crescimento ósseo ainda não estão completamente fechadas, e o impacto da corrida pode causar sérios problemas físicos.
Adaptação Gradual: O Segredo para o Sucesso
A pressa é inimiga da perfeição, especialmente quando se trata de adaptar seu pet à corrida. A adaptação é uma etapa crucial para garantir a segurança e prevenir lesões.
Escolhendo o Piso Adequado
Comece a introduzir a atividade em um piso macio, como grama ou terra. Essa escolha é importante porque reduz o impacto nas articulações do seu cachorro, protegendo-o durante as primeiras sessões.
Início Leve e Progressivo
A veterinária Renata Godinho sugere começar com caminhadas alternadas com corridas leves, com duração máxima de 10 minutos. Aos poucos, conforme o cão ganha resistência, você pode aumentar gradualmente a distância, o ritmo e a intensidade.
Aquecimento e Cuidados Durante a Atividade
Assim como nós, os cães precisam de um bom aquecimento. Antes de cada sessão, reserve cinco minutos para uma caminhada leve. A corrida contínua só deve ser iniciada quando o corpo do animal já estiver acostumado ao esforço.
Atenção à Alimentação
Evite correr com seu cachorro logo após ele se alimentar. Há um risco considerável de torção gástrica, uma condição séria que pode ser fatal.
Clima e Temperatura: Fatores Críticos
Sempre verifique a temperatura do dia e escolha os horários mais frescos para a corrida. Correr em momentos muito quentes expõe o animal ao risco de hipertermia. Além disso, o chão quente pode causar danos severos aos coxins (as almofadinhas das patas) do seu pet.
Raças Braquicefálicas: Cuidado Redobrado
Animais braquicefálicos, como pugs, buldogues e shih tzus, possuem predisposição a problemas respiratórios, displasias e questões de coluna. Por isso, é aconselhável evitar a corrida com essas raças.
Equipamentos e Sinais de Alerta
Para a segurança de todos, o animal deve usar guia e um peitoral adaptado à cintura do tutor, sempre com a indicação de um veterinário. Se o cão demonstrar qualquer sinal de agressividade, mantenha distância de outras pessoas e animais.
Hidratação Constante
Ofereça água ao seu cachorro durante todo o trajeto. A hidratação é vital para o bem-estar dele, especialmente durante o exercício.
Reconhecendo Sinais de Perigo
Fique atento aos sinais que o corpo do seu cão pode dar. Respiração muito ofegante, língua roxa, salivação excessiva e corpo muito quente são indicativos negativos. Se observar qualquer um desses sintomas, a corrida deve ser interrompida imediatamente.
Histórias que Inspiram: Luiz e Raika
A corrida pode ser uma jornada de transformação, como a de Luiz Mendes da Silva e sua cadela Raika. Luiz começou a correr para melhorar sua saúde física e mental, e a corrida se tornou parte de sua identidade. Ele adotou Raika com o objetivo de ter uma companhia para correr.
A dupla começou com uma adaptação calma, respeitando cada fase, com caminhadas, trotes leves e treinos curtos, sempre com atenção ao clima, hidratação e tipo de solo. Raika se adaptou de forma surpreendente e hoje participa de provas de corrida, conquistando pódios e chamando a atenção pela sua alegria e foco.
Luiz relata que Raika ama se exercitar e parece gostar de estar no meio das pessoas durante as provas. Atualmente, eles correm por diversão, sem a pressão da performance, mas o sonho de conquistar mais troféus juntos ainda existe. Raika se tornou uma inspiração, conectando tutores aos seus animais e incentivando o exercício. Ela até tem seu próprio circuito de corridas, que já está na quarta edição e gera convites para eventos em outras cidades.
Com essa repercussão, Luiz criou o “Método AUcateia”, um curso que compartilha seus acertos e erros, ensinando os cuidados necessários para adaptar os animais às corridas de rua. Após um mês do lançamento do e-book, a comunidade já conta com mais de 100 tutores. O plano é expandir com um curso mais elaborado, incluindo vídeos.
Fonte: Correio Braziliense
