A nova lógica de consumo nas corridas de rua: o que mudou?

A nova lógica de consumo nas corridas de rua: o que mudou?
A nova lógica de consumo nas corridas de rua: o que mudou?
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Você já parou para pensar na nova lógica de consumo nas corridas de rua? O cenário está mudando e é fundamental entender essas transformações para se adaptar e aproveitar as oportunidades que surgem.

A Nova Lógica de Consumo nas Corridas de Rua

O universo das corridas de rua está em constante transformação. Hoje, o modo como os corredores compram e se engajam no esporte segue uma lógica bem diferente. Não é mais um caminho linear. É, na verdade, uma jornada cheia de nuances, influenciada por emoções, aspectos sociais e culturais.

A Jornada Fragmentada do Corredor Moderno

Antigamente, pensava-se que o corredor seguia um “funil” clássico: primeiro a descoberta, depois a compra do tênis, busca por conteúdo, a primeira prova, a adesão a uma assessoria e, por fim, a suplementação. No entanto, essa visão está ultrapassada. Daniel Krutman, CEO do Ticket Sports, destacou no 4º Fórum Máquina do Esporte, realizado no Teatro ESPM em São Paulo, que “o funil morreu”. Ele explicou que, na atual “economia da atenção”, não há um percurso fixo. É um cenário complexo e multifacetado.

Dados Econômicos e o Crescimento do Setor

O mercado global de corrida é robusto, movimentando cerca de US$ 46 bilhões e com projeção de alcançar US$ 77 bilhões, conforme dados da EMR/Clight. Desse total, o segmento de tênis representa uma fatia significativa de 51,7%. No Brasil, o esporte conta com 14 milhões de corredores frequentes e 4 milhões que participam de provas. Esse crescimento se insere na economia do bem-estar, que atingiu US$ 6,3 trilhões em 2023 e pode chegar a US$ 11 trilhões até 2029, segundo o Global Wellness Institute. Além disso, o Ticket Sports registrou um aumento de mais de 14% nas corridas noturnas apenas no primeiro semestre de 2025, mostrando a vitalidade do setor.

A Influência Social e o Papel das Assessorias Esportivas

Entender o corredor vai além dos números; é preciso mergulhar nas suas motivações emocionais. A sociabilização é um dos grandes impulsionadores da prática. No Brasil, as assessorias esportivas se firmaram como importantes centros de convivência. Em outros países, os “crews” — grupos de corrida mais informais — fortalecem o senso de comunidade. Krutman observou que “uma pessoa que corre está influenciando 12 pessoas ao seu redor”, evidenciando como a corrida está profundamente ligada ao círculo social de cada um. Isso faz com que as decisões de compra e o engajamento reflitam as diferentes fases da jornada do corredor, e não uma sequência predefinida.

O Impacto da Geração Z nas Corridas de Rua

A Geração Z está marcando presença crescente nas provas de rua. Em 2023, esse grupo representava 7,9% dos atletas amadores. A projeção do Ticket Sports para 2025 é que essa participação salte para 15%. Essa geração busca mais do que apenas performance; ela valoriza a saúde mental, tende a reduzir o consumo de álcool e compartilha ativamente sua rotina esportiva nas redes sociais. Essas tendências mostram que as corridas de rua estão ganhando um espaço cada vez maior tanto na economia quanto na cultura de consumo dos novos praticantes.

Fonte: CartaCapital

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