Exercício físico reduz risco de morte em pacientes com câncer de cólon
Você sabia que a prática de exercícios pode ser uma aliada poderosa no combate ao câncer de cólon? Um estudo recente mostrou que a atividade física pode reduzir em 37% o risco de morte em pacientes diagnosticados. Vamos explorar juntos os detalhes dessa pesquisa e como manter-se ativo pode fazer a diferença!
O Câncer de Cólon no Brasil: Um Desafio Urgente
O câncer colorretal, que afeta o cólon e o reto, é uma preocupação séria para a saúde pública brasileira. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta cerca de 45.630 novos casos por ano entre 2023 e 2025, com 21.970 em homens e 23.660 em mulheres. A situação se complica porque mais de 70% dos diagnósticos no Brasil ocorrem em fases avançadas, diminuindo bastante as chances de recuperação.
A Ciência por Trás do Movimento: Um Estudo Revelador
Diante desse panorama desafiador, uma pesquisa internacional de grande porte trouxe notícias animadoras sobre o papel da atividade física no tratamento do câncer. O estudo, divulgado no renomado _New England Journal of Medicine_, acompanhou 889 pacientes com câncer de cólon por 17 anos. Realizado em seis países, incluindo Canadá e Austrália, o trabalho focou em indivíduos que já haviam passado por cirurgia e quimioterapia. Eles foram divididos em dois grupos: um participou de um programa de exercícios estruturado e supervisionado por três anos, enquanto o outro recebeu apenas materiais informativos sobre alimentação e exercícios.
Exercício Físico: Um Aliado Poderoso na Sobrevivência
Os achados dessa pesquisa foram impressionantes. O grupo que se exercitou sob supervisão teve uma redução de 37% no risco de morte por qualquer causa. Além disso, a taxa de sobrevida geral após oito anos foi de 90% para esse grupo, contra 83% no grupo que não teve o acompanhamento estruturado. O Dr. Levindo Tadeu, oncologista da Afya Montes Claros, destaca que a prevenção primária é crucial para evitar o surgimento do câncer, podendo prevenir até um terço dos casos de câncer de cólon. Ele aconselha evitar o consumo exagerado de álcool, carnes vermelhas e processadas, e diminuir a ingestão de ultraprocessados. A prática constante de exercícios, o controle do peso e uma dieta rica em frutas, verduras e legumes são essenciais. O médico também enfatiza a importância de consultas preventivas e de ficar atento a sinais como mudanças no funcionamento intestinal, sangue nas fezes ou perda de peso inexplicável, pois o diagnóstico precoce aumenta muito as chances de sucesso no tratamento.
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A Escalada Global do Câncer Colorretal e a Urgência da Ação
O aumento da incidência dessa doença não é um fenômeno isolado no Brasil, mas sim um reflexo de uma tendência mundial. Em 2022, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), registrou mais de 1,9 milhão de novos casos de câncer colorretal globalmente, tornando-o o terceiro tipo de tumor mais comum no planeta. A projeção para a América do Sul é ainda mais preocupante: espera-se um aumento de 75,7% até 2045, saltando de 112.317 para 197.387 novos diagnósticos anuais. Esse cenário reforça que a luta contra o câncer colorretal vai além do tratamento médico tradicional, exigindo abordagens de cuidado integradas e contínuas, que visem não só a longevidade, mas também a qualidade de vida dos pacientes.
Tipos de Exercícios que Fazem a Diferença
O Dr. Rodolfo Faria, fisiologista da Afya Itajubá, aponta três tipos de atividades físicas que se mostram eficazes no combate ao câncer de cólon:
- Exercícios Aeróbicos Contínuos de Intensidade Moderada: Atividades como caminhada rápida, ciclismo leve ou natação são as que possuem a maior comprovação clínica para sobreviventes de câncer de cólon. Fisiologicamente, elas melhoram a função cardíaca, a sensibilidade à insulina e a absorção de glicose pelos músculos, além de ajudar a controlar a inflamação no corpo pela liberação de mioquinas.
- Treinamento Combinado: A união de exercícios aeróbicos com treinos de resistência (musculação) amplifica os benefícios. A musculação, por exemplo, aumenta a massa e a força muscular, age como um “consumidor” de glicose, diminui a gordura abdominal e reduz a inflamação crônica. Em casos de cânceres sólidos, esse tipo de programa melhora a qualidade de vida, combate a fadiga e otimiza indicadores metabólicos e inflamatórios.
- Treino Intervalado de Alta Intensidade (HIIT): Este método proporciona ganhos cardiorrespiratórios significativos em menos tempo. Estudos experimentais indicam que o sangue coletado após sessões de HIIT demonstrou capacidade de reduzir a viabilidade de células de câncer de cólon em testes de laboratório, possivelmente devido a mudanças rápidas nos níveis de citocinas e hormônios no sangue.
O fisiologista Dr. Rodolfo Faria conclui que “o exercício físico é uma ferramenta poderosa na jornada contra o câncer de cólon, não só durante o tratamento, mas também na prevenção e na recuperação. Manter o corpo ativo ajuda a controlar a inflamação, melhorar o metabolismo e fortalecer o sistema imunológico. Mais do que números ou protocolos, trata-se de cuidar do corpo de forma contínua e consciente.”
Fonte: Webrun
