Desvendando os 6 mitos sobre corrida que afetam seu desempenho

Desvendando os 6 mitos sobre corrida que afetam seu desempenho
Desvendando os 6 mitos sobre corrida que afetam seu desempenho
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Desvendando os mitos sobre corrida é essencial para melhorar seu desempenho. Você sabia que muitos corredores acreditam em informações erradas? Vamos juntos desmistificar esses conceitos!

Desvendando os Mitos da Corrida: O Que Você Precisa Saber

E aí, galera da corrida! Quem nunca ouviu um conselho que parecia certo, mas no fundo te deixou com uma pulga atrás da orelha? No mundo da corrida, onde a paixão e a disciplina andam lado a lado, é super comum se deparar com informações que, de tão repetidas, viram “verdades absolutas. Mas será que são mesmo? Treinadores e fisioterapeutas renomados estão aqui para nos ajudar a desmistificar alguns desses conceitos que podem estar, sem você saber, atrapalhando seu desempenho e até sua recuperação. Vamos mergulhar nisso!

Mito 1: Corredores de longa distância não precisam levantar pesos

Muitos corredores de longa distância pensam que o segredo é só acumular quilômetros, certo? A ideia de que “quanto mais eu corro, melhor eu fico” é forte. Mas, segundo Alison McGinnis, diretora clínica da Finish Line Physical Therapy em Nova York, essa é uma visão incompleta. Para correr mais rápido e, o mais importante, evitar lesões a longo prazo, o treinamento de força é essencial para todos os corredores.

A importância do treinamento de força

McGinnis enfatiza que a força muscular e a saúde dos tendões são a base para prevenir lesões. Se você focar apenas na corrida sem fortalecer o corpo, “mais cedo ou mais tarde, algo vai ceder”. Pense no seu corpo como uma máquina: você não usaria um carro de corrida sem garantir que todas as peças estão fortes e bem ajustadas, né? A corrida exige muito dos músculos e articulações, e o treino de força prepara seu corpo para suportar essa carga, tornando-o mais resistente e eficiente.

Mito 2: Não é necessário comer após a corrida

É super comum sentir menos fome depois de uma corrida intensa. Alguns estudos até mostram que exercícios fortes podem diminuir a produção de grelina, o hormônio da fome, e aumentar um metabólito que tira o apetite. Mas, cuidado! Essa sensação pode ser enganosa.

Alimentação pós-corrida: o que você precisa saber

Kristy Baumann, nutricionista especializada em corredores de Minneapolis, nos Estados Unidos, alerta que, mesmo sem fome, seu corpo precisa de alimento. Ela explica: “Costumamos ouvir frases como ‘ouça seu corpo’ e ‘coma quando estiver com fome’, mas este é justamente um dos momentos em que o conhecimento em nutrição esportiva deve ser aplicado. Ignorar a alimentação pós-corrida pode atrasar sua recuperação e prejudicar o reabastecimento de energia. Uma refeição ou lanche adequado é crucial para repor o que foi gasto e preparar o corpo para o próximo desafio.

Mito 3: O ácido lático causa dor muscular

Essa é uma das “lendas” mais persistentes no mundo do exercício, mesmo já tendo sido desmentida por pesquisadores há décadas. Scott Murr, professor assistente de ciências da saúde na Furman University, na Carolina do Sul, conta que, ao perguntar a mais de 20 atletas se o ácido lático causava dor muscular, todos responderam que sim. É um mito enraizado!

Desmistificando o ácido lático

Murr explica que o lactato, que é uma fonte de energia produzida pelo corpo ao quebrar a glicose, é frequentemente “culpado por associação”. Durante exercícios intensos, a produção de lactato vem junto com um aumento de íons de hidrogênio, que podem causar aquela sensação temporária de queimação. Mas a dor muscular que sentimos depois do treino — aquela dorzinha que aparece um ou dois dias depois — não tem nada a ver com esses estresses metabólicos. Na verdade, ela é causada por pequenos danos microscópicos que acontecem nos músculos quando você os exige além do limite. É o corpo se adaptando e ficando mais forte!

Mito 4: Géis energéticos são sempre difíceis de digerir

Com a popularização dos géis energéticos, muitos corredores reclamam de desconforto gastrointestinal. Mas, como aponta Kristy Baumann, a nutricionista que já mencionamos, o problema nem sempre está no gel em si.

Como usar géis energéticos corretamente

Baumann explica que, às vezes, os corredores consomem os géis já desidratados, o que pode piorar problemas estomacais. Ou, o que é mais comum, eles não dão tempo para o corpo se adaptar à digestão desses produtos. “Seu estômago é um músculo; ele pode ser treinado”, afirma ela. A dica é começar com pequenas quantidades de carboidratos em corridas mais longas — tipo metade de um gel com água a cada 40 minutos — e ir aumentando gradualmente até um gel a cada 30 minutos, sempre combinado com uma bebida esportiva. Essa progressão ajuda seu sistema digestivo a absorver o combustível de forma mais eficiente, o que faz uma diferença enorme no dia da prova.

Mito 5: Descanso é sempre a melhor forma de curar uma lesão

Essa é a frase que nenhum corredor quer ouvir: “Você precisa descansar até melhorar”. E sim, para lesões graves como fraturas por estresse, o repouso total é fundamental. Mas Iain Hunter, professor de ciência do exercício na Brigham Young University, alerta que, em alguns casos, como distensões de ligamentos e tendões, o repouso absoluto pode ser contraproducente.

A importância do descanso ativo

Para certas lesões, Hunter explica que “precisamos de fluxo sanguíneo para que o corpo se cure”. Parar completamente o movimento pode, na verdade, atrasar a recuperação. Se você se lesionar, o ideal é procurar um treinador, coach ou fisioterapeuta. Eles podem te orientar sobre quais exercícios direcionados — incluindo até mesmo uma corrida leve, se for o caso — podem ser seguros e apropriados para acelerar sua recuperação. O descanso ativo, com movimentos controlados e específicos, muitas vezes é o caminho mais rápido para voltar à ativa.

Mito 6: Corredores ‘de verdade’ se esforçam todos os dias

Existe uma ideia de que, para ser um corredor “de verdade” ou “comprometido”, você precisa se esforçar ao máximo todos os dias. Steve Finley, treinador de corrida e cofundador do Brooklyn Track Club, diz que muitos corredores precisam desaprender essa mentalidade. Ele, que já correu profissionalmente, conta que conhecia atletas olímpicos que corriam apenas 64 a 80 km por semana, enquanto alguns amigos amadores acumulavam muito mais quilometragem.

Dena Evans, treinadora com 25 anos de experiência, que trabalha com atletas de todos os níveis, compartilha que muitos de seus clientes acreditavam que o esforço diário era a chave para a melhora. “Você pode abordar o resto da sua vida dessa forma, e pode obter os resultados desejados”, afirma Evans. No entanto, para a corrida, a regra de ouro dos esportes de endurance é clara: é preciso uma combinação inteligente de dias intensos e dias mais leves. Essa variação permite que o corpo se adapte, se recupere e, finalmente, prospere. Correr com inteligência é mais eficaz do que correr apenas com volume.

Fonte: O Globo

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