Corpo cansado e mente esgotada: os riscos do overtraining

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Você já se sentiu exausto, mesmo após um treino? O overtraining é um risco real para corredores. Neste artigo, vamos explorar como ele pode afetar sua performance e bem-estar. Overtraining: Quando o Excesso de Treino Esgota a Mente do Corredor Para muitos corredores, a rotina de treinos, planilhas e o controle do pace são parte essencial do dia a dia. No entanto, o que nem todos percebem é que o excesso de treino pode ir muito além do cansaço físico, levando a um esgotamento mental profundo. Esse estado afeta diretamente a motivação e o prazer de correr, transformando o que era paixão em uma obrigação. O Que Acontece Quando a Mente Não Descansa? Vivemos em uma sociedade que valoriza a superação constante, onde o descanso é muitas vezes visto como um sinal de fraqueza ou perda de tempo. Mas, para o corredor, é crucial entender que o repouso é um pilar fundamental da performance. A mente precisa de pausas para consolidar o aprendizado, processar emoções e restaurar a energia. Sem esses momentos de inatividade, a fadiga emocional se instala, e o prazer genuíno de correr começa a desaparecer. A origem dessa fadiga emocional está na busca incessante pela perfeição e na exigência excessiva. O comprometimento se transforma em uma autocobrança implacável, e a mente passa a acreditar, erroneamente, que descansar significa regredir. Essa exigência contínua ativa o sistema de estresse do corpo, elevando os níveis de cortisol e diminuindo a capacidade de recuperação emocional. Assim, o treino, que antes era uma escolha prazerosa, vira uma tarefa pesada. Mesmo quando o corpo está em repouso, a mente do atleta pode permanecer em “modo desempenho”, constantemente ligada aos treinos e resultados. Essa falta de pausas mentais impede a reposição de neurotransmissores essenciais para o bem-estar, como a serotonina e a dopamina, resultando em cansaço mental e desmotivação. Sinais de Alerta: Reconhecendo a Fadiga Emocional É fundamental estar atento aos sinais que antecedem o esgotamento mental. Eles são como um aviso de que o equilíbrio entre esforço e descanso foi perdido. Fique de olho em: Falta de entusiasmo para treinar ou correr. Irritabilidade e impaciência crescentes. Sensação de vazio ou apatia. Dificuldade de concentração, mesmo em tarefas simples. Alterações no padrão de sono (insônia ou sono excessivo). Vontade de desistir da corrida, mesmo amando o esporte. Quando esses sinais aparecem, é um indicativo claro de que o corpo e a mente estão pedindo uma pausa. O Impacto das Redes Sociais na Saúde Mental do Corredor As redes sociais e os aplicativos de corrida, embora úteis para a comunidade, também podem ser uma fonte constante de comparação e validação externa. O atleta é bombardeado por estímulos comparativos, e a dopamina, neurotransmissor ligado ao prazer, pode se tornar dependente de curtidas e comentários. Gradualmente, o prazer intrínseco de correr — a corrida por si só — é substituído pelo prazer extrínseco, ou seja, correr para mostrar aos outros. Essa dependência afasta a motivação interna e aumenta significativamente o risco de frustração e esgotamento. A Importância Vital do Descanso e do Propósito A fadiga emocional também pode ser acumulada pelo estresse do dia a dia: trabalho, relacionamentos, preocupações e até a qualidade do sono. Todas essas ações consomem nossa energia emocional, deixando o sistema nervoso com menos recursos para lidar com o estresse adicional do treino e das competições. O resultado é uma fadiga sistêmica que afeta o corpo, a mente e as emoções. Outro ponto crucial é a desconexão com o propósito original da corrida. Quando o foco se desvia do prazer para o desempenho, o sentido inicial se perde. Essa desconexão entre o que se faz e o porquê se faz é um dos gatilhos mais silenciosos do esgotamento mental. Como bem observa a psicóloga clínica do esporte Wania Rennó, diretora do Núcleo de Integralização Humana (Nihumana) e com mais de 35 anos de experiência, o problema do overtraining não é necessariamente treinar demais, mas sim recuperar de menos, tanto física quanto emocionalmente. Uma mente exausta rouba do corpo a energia essencial para a corrida. Equilibrar esforço e pausa, exigência e prazer, foco e presença é a chave para manter a paixão pela corrida viva e saudável. Fonte: Webrun

Você já se sentiu exausto, mesmo após um treino? O overtraining é um risco real para corredores. Neste artigo, vamos explorar como ele pode afetar sua performance e bem-estar.

Overtraining: Quando o Excesso de Treino Esgota a Mente do Corredor

Para muitos corredores, a rotina de treinos, planilhas e o controle do pace são parte essencial do dia a dia. No entanto, o que nem todos percebem é que o excesso de treino pode ir muito além do cansaço físico, levando a um esgotamento mental profundo. Esse estado afeta diretamente a motivação e o prazer de correr, transformando o que era paixão em uma obrigação.

O Que Acontece Quando a Mente Não Descansa?

Vivemos em uma sociedade que valoriza a superação constante, onde o descanso é muitas vezes visto como um sinal de fraqueza ou perda de tempo. Mas, para o corredor, é crucial entender que o repouso é um pilar fundamental da performance. A mente precisa de pausas para consolidar o aprendizado, processar emoções e restaurar a energia. Sem esses momentos de inatividade, a fadiga emocional se instala, e o prazer genuíno de correr começa a desaparecer.

A origem dessa fadiga emocional está na busca incessante pela perfeição e na exigência excessiva. O comprometimento se transforma em uma autocobrança implacável, e a mente passa a acreditar, erroneamente, que descansar significa regredir. Essa exigência contínua ativa o sistema de estresse do corpo, elevando os níveis de cortisol e diminuindo a capacidade de recuperação emocional. Assim, o treino, que antes era uma escolha prazerosa, vira uma tarefa pesada.

Mesmo quando o corpo está em repouso, a mente do atleta pode permanecer em “modo desempenho”, constantemente ligada aos treinos e resultados. Essa falta de pausas mentais impede a reposição de neurotransmissores essenciais para o bem-estar, como a serotonina e a dopamina, resultando em cansaço mental e desmotivação.

Sinais de Alerta: Reconhecendo a Fadiga Emocional

É fundamental estar atento aos sinais que antecedem o esgotamento mental. Eles são como um aviso de que o equilíbrio entre esforço e descanso foi perdido. Fique de olho em:

Falta de entusiasmo para treinar ou correr.
Irritabilidade e impaciência crescentes.
Sensação de vazio ou apatia.
Dificuldade de concentração, mesmo em tarefas simples.
Alterações no padrão de sono (insônia ou sono excessivo).
Vontade de desistir da corrida, mesmo amando o esporte.

Quando esses sinais aparecem, é um indicativo claro de que o corpo e a mente estão pedindo uma pausa.

O Impacto das Redes Sociais na Saúde Mental do Corredor

As redes sociais e os aplicativos de corrida, embora úteis para a comunidade, também podem ser uma fonte constante de comparação e validação externa. O atleta é bombardeado por estímulos comparativos, e a dopamina, neurotransmissor ligado ao prazer, pode se tornar dependente de curtidas e comentários. Gradualmente, o prazer intrínseco de correr — a corrida por si só — é substituído pelo prazer extrínseco, ou seja, correr para mostrar aos outros. Essa dependência afasta a motivação interna e aumenta significativamente o risco de frustração e esgotamento.

A Importância Vital do Descanso e do Propósito

A fadiga emocional também pode ser acumulada pelo estresse do dia a dia: trabalho, relacionamentos, preocupações e até a qualidade do sono. Todas essas ações consomem nossa energia emocional, deixando o sistema nervoso com menos recursos para lidar com o estresse adicional do treino e das competições. O resultado é uma fadiga sistêmica que afeta o corpo, a mente e as emoções.

Outro ponto crucial é a desconexão com o propósito original da corrida. Quando o foco se desvia do prazer para o desempenho, o sentido inicial se perde. Essa desconexão entre o que se faz e o porquê se faz é um dos gatilhos mais silenciosos do esgotamento mental.

Como bem observa a psicóloga clínica do esporte Wania Rennó, diretora do Núcleo de Integralização Humana (Nihumana) e com mais de 35 anos de experiência, o problema do overtraining não é necessariamente treinar demais, mas sim recuperar de menos, tanto física quanto emocionalmente. Uma mente exausta rouba do corpo a energia essencial para a corrida. Equilibrar esforço e pausa, exigência e prazer, foco e presença é a chave para manter a paixão pela corrida viva e saudável.

Fonte: Webrun