A Inusitada Experiência de Correr Duas Maratonas em Sequência

A Inusitada Experiência de Correr Duas Maratonas em Sequência
A Inusitada Experiência de Correr Duas Maratonas em Sequência
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Você já pensou em correr duas maratonas em sequência? A história de Maratona de Londres revela desafios e surpresas que todo corredor pode enfrentar. Venha conferir!

Desafio Duplo: Correr Duas Maratonas em Semanas Consecutivas

Já pensou em encarar não uma, mas duas maratonas em apenas duas semanas? Essa foi a ousada decisão de um corredor que, há 25 anos, resolveu testar os limites do corpo e da mente. Naquela época, a sabedoria comum entre treinadores era clara: no máximo duas maratonas por ano, uma regra que muitos amadores seguiam à risca, inspirados pelos atletas de elite que precisam de meses para se recuperar.

A Teoria Pessoal e o Teste em Paris e Londres

Nosso corredor, porém, tinha uma teoria diferente. Ele percebeu que, após uma maratona bem treinada, seu corpo ainda estava em ótima forma, precisando apenas de uma semana de descanso. Decidiu então colocar essa ideia à prova: correr a Maratona de Paris com seriedade e, na semana seguinte, a Maratona de Londres de forma mais tranquila, apenas para completar e validar sua hipótese.

A primeira parte do plano foi um sucesso. Ele completou a Maratona de Paris em 3h28, aos 53 anos de idade. Depois, viajou para a Inglaterra, onde fez apenas um treino leve no meio da semana, preparando-se para o segundo desafio. A Maratona de Londres, no ano 2000, prometia ser uma prova para curtir, sem pressão por tempo.

A Maratona de Londres 2000: Uma Série de Imprevistos

O que era para ser uma corrida tranquila se transformou em uma sequência de situações inusitadas, começando logo no amanhecer do domingo. O corredor, acostumado a usar seu relógio/cronômetro de pulso como despertador, não ouviu o alarme, talvez por ter o braço debaixo da coberta. Acordou com o barulho dos ônibus que levariam os corredores amadores estrangeiros para a largada.

Correndo contra o tempo, ele se arrumou e desceu, mas o motorista do ônibus foi categórico: “Goodbye!”. Sem café da manhã no hotel, ele encontrou uma banana no saco do kit de corredor e a comeu rapidamente. Na concentração, a esperança de comida sólida se desfez: apenas água, chá e café eram oferecidos. A fome já começava a dar sinais.

Outro perrengue aconteceu na largada. Sem vaselina para evitar atrito, ele pegou um pote de uma lixeira, sem entender o que estava escrito. Para sua surpresa, era um creme de aquecimento, que causou uma sensação de calor intensa na área genital. Um começo, digamos, “quente” para a prova!

A Salvação Inesperada no Percurso

A maratona começou sem preocupação com o ritmo, mas a atenção estava voltada para o abastecimento. No entanto, o percurso oferecia apenas água e isotônico. Géis de carboidrato ou bananas não eram comuns na época, e a fome apertava cada vez mais. Por volta do quilômetro 30, a certeza de que a organização não ofereceria nada sólido se confirmou.

Foi então que ele avistou, entre o público, uma criança com bolachas na mão. Sem hesitar, ele pegou duas bolachas de chocolate recheadas, agradeceu e seguiu em frente, ouvindo os protestos dos pais e o choro da criança. A fome era tanta que não houve tempo para explicações ou desculpas. Essas bolachas foram a salvação, sustentando-o até a linha de chegada.

Na chegada, a recompensa: ele pediu dois sanduíches de queijo com tomate e os devorou. Essa experiência, a de “roubar” as bolachas, se tornou uma das memórias mais vívidas e queridas de suas dezenas de maratonas, talvez até superando as de provas com melhores marcas. Embora não se lembre do tempo exato em Londres, onde os chips de cronometragem estavam estreando, ele estima ter terminado em cerca de 4 horas.

Fonte: Contra Relógio

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