A trajetória inspiradora de Maria Zeferina Baldaia nas corridas de rua

Você já ouviu falar de Maria Zeferina Baldaia? Sua história é um verdadeiro exemplo de superação e inspiração para todos nós. Vinda de uma infância humilde, ela se tornou uma referência nas corridas de rua, mostrando que é possível vencer desafios e preconceitos. Vamos conhecer mais sobre essa trajetória incrível!
A Jornada de Maria Zeferina Baldaia: Da Roça ao Pódio
A história de Maria Zeferina Baldaia é um testemunho vivo de como o esporte pode transformar vidas. Nascida em Nova Módica, Minas Gerais, e criada em Sertãozinho, interior de São Paulo, Zeferina teve uma infância marcada pelo trabalho árduo no corte de cana, uma realidade comum para muitas famílias brasileiras da época. Desde os cinco anos, ela já ajudava a família, chacoalhando amendoim e apanhando algodão, e logo depois, capinava e cortava cana. Essa rotina difícil, no entanto, forjou uma resistência e uma força que seriam cruciais em sua futura carreira.
O Despertar para a Corrida: Uma Gincana e um Sonho
A paixão de Maria Zeferina pela corrida começou de forma simples, aos 12 anos, em uma gincana de igreja. Ela participou descalça, vestindo apenas uma calça jeans e uma blusinha. Foi ali que um corredor experiente a notou e viu seu potencial, incentivando-a a não desistir. Mesmo com a mãe preocupada com o trabalho, o corredor se ofereceu para levá-la às provas aos domingos, garantindo que o esporte não atrapalhasse suas responsabilidades. Esse pequeno gesto foi o ponto de partida para uma trajetória extraordinária.
Enfrentando Barreiras e a Inspiração de Rosa Mota
O caminho de Zeferina não foi fácil. Ela enfrentou muito preconceito e barreiras sociais. As pessoas diziam que corrida não era esporte para mulher, que seu lugar era em casa. Mas a determinação de Zeferina era maior. Um dia, assistindo à São Silvestre na casa de uma vizinha, ela viu a portuguesa Rosa Mota vencer a prova pela sexta vez. Aquela imagem foi um divisor de águas. Correndo para casa, ela disse à mãe: “Mãe, uma mulher pequenininha ganhou a corrida de São Paulo. Será que um dia também posso ir lá nessa corrida e, quem sabe, ganhar e ajudar nossa família?”.
Quinze Anos Descalça: A Persistência de uma Campeã
Por 15 longos anos, Maria Zeferina correu descalça, pois não tinha dinheiro para comprar tênis. Ela buscava patrocínio, mas as portas se fechavam. Mesmo assim, a esperança nunca a abandonou. Enquanto cortava cana, ela sonhava alto, olhando para os aviões que passavam e pedindo: “me leva, avião”. Essa persistência e fé em seu talento a levaram adiante, até que finalmente alguém apostasse em seu potencial.
As Grandes Conquistas de 2001: Integração e São Silvestre
O ano de 2001 marcou a consagração de Maria Zeferina Baldaia. Ela surpreendeu o Brasil ao vencer a tradicional Corrida Integração, em Campinas. No mesmo ano, ela fez história ao conquistar a São Silvestre, a prova de rua mais emblemática do país. Essas vitórias foram o ápice de anos de dedicação e superação, levando-a do chão batido das plantações para os pódios das maiores corridas do mundo. Graças ao esporte, ela já teve a oportunidade de conhecer mais de dez países.
O Legado e o Reconhecimento em Sertãozinho
O impacto das conquistas de Maria Zeferina foi além das pistas. Em sua cidade natal, Sertãozinho, o Centro Olímpico foi batizado com seu nome, eternizando sua trajetória e servindo de inspiração para novas gerações. “Eu passo ali em frente, paro, começo a olhar, parece que estou sonhando. Fico feliz de saber que consegui proporcionar algo bom para o meu povo, para a minha população”, compartilha Zeferina, emocionada. Sua história é um símbolo de que o esporte pode ser um poderoso agente de transformação social.
Corrida Integração: Uma Prova de Tradição e Inovação
A Corrida Integração de Campinas, que celebra sua 40ª edição, é um evento que se confunde com a própria história de Maria Zeferina Baldaia e de muitos outros corredores. Criada em 1984, a prova se consolidou como uma das mais importantes do Brasil, atraindo tanto atletas de elite quanto amadores. A edição de 2025, marcada para os dias 27 e 28 de setembro, já fez história ao esgotar as 15 mil vagas disponíveis, quase o dobro dos 8,5 mil inscritos em 2024, um recorde absoluto.
Detalhes da Corrida Integração 2025: Percursos e Desafios
A 40ª edição da Corrida Integração traz diversas novidades para os participantes. Pela primeira vez, haverá uma meia-maratona (21km), além da corrida Kids e uma EXPO interativa. Os corredores também poderão encarar os desafios “Andorinhas”: o Voo Curto (5km no sábado e 10km no domingo) e o Voo Longo (5km no sábado e 21km no domingo). A programação será dividida: o sábado, 27 de setembro, será dedicado à caminhada, corrida Kids e ao percurso de 5 km; já o domingo, 28 de setembro, contará com os percursos de 10 km e 21 km. Todas as modalidades terão a Praça Arautos da Paz, na Lagoa do Taquaral, em Campinas, como ponto de partida e chegada. Para mais informações sobre a prova, você pode acessar a página especial da Integração.
Os Campeões da Corrida Integração: Uma História de Vencedores
A Corrida Integração tem um histórico rico de grandes nomes do atletismo. Na última edição, em 2024, os vencedores foram Walace Evangelista Caldas no masculino e Felismina da Silva no feminino. Entre os maiores vencedores masculinos, destacam-se Altobeli Santos Silva (2022, 2018 e 2017), Diamantino Silveira Santos (1986-87-88), Vanderlei Cordeiro de Lima (1995-97-99), Valdenor Pereira dos Santos (1996-98-2001) e Giovani dos Santos (2013-15-16). No feminino, Joana D’Arc Jeremias (1985-86-88), Viviany Anderson (1993-94-96), e as quenianas Eunice Jepkirui Kirwa (2009-10-11) e Nancy Jepkosgei Kipron (2008-13-14) são as recordistas.
Galeria de Campeões da Corrida Integração (1984-2024)
Confira a lista completa dos vencedores da Corrida Integração ao longo dos anos:
- 1984: Clésio de Araújo (masculino) e Filomena Bergamo (feminino)
- 1985: Múcio Denilson Capanema (masculino) e Joana D’Arc Jeremias (feminino)
- 1986: Diamantino Silveira Santos (masculino) e Joana D’Arc Jeremias (feminino)
- 1987: Diamantino Silveira Santos (masculino) e Sônia Maria dos Santos (feminino)
- 1988: Diamantino Silveira Santos (masculino) e Joana D’Arc Jeremias (feminino)
- 1989: João Alves dos Santos (masculino) e Kelly Imaculada da Silva (feminino)
- 1990: Antônio Aparecido da Silva (masculino) e Sônia Alves dos Santos (feminino)
- 1991: Artur de Freitas Castro (masculino) e Kelly Imaculada dos Santos (feminino)
- 1992: Luis Amarilha Ibarra (masculino) e Sônia Maria Oliveira Marques (feminino)
- 1993: Ronaldo da Costa (masculino) e Viviany Anderson de Oliveira (feminino)
- 1994: Elenilson da Silva (masculino) e Viviany Anderson de Oliveira (feminino)
- 1995: Vanderlei Cordeiro de Lima (masculino) e Rizoneide Wanderley (feminino)
- 1996: Valdenor Pereira dos Santos (masculino) e Viviany Anderson de Oliveira (feminino)
- 1997: Vanderlei Cordeiro de Lima (masculino) e Rosângela Farias (feminino)
- 1998: Valdenor Pereira dos Santos (masculino) e Cleuza Maria Irineu (feminino)
- 1999: Vanderlei Cordeiro de Lima (masculino) e Delirde Maria Bernardes (feminino)
- 2000: Daniel Lopes Ferreira (masculino) e Fabiana Cristine da Silva (feminino)
- 2001: Valdenor Pereira dos Santos (masculino) e Maria Zeferina Baldaia (feminino)
- 2002: Rômulo Wagner da Silva (masculino) e Márcia Naloch (feminino)
- 2003: Franck Caldeira de Almeida (masculino) e Maria Zeferina Baldaia (feminino)
- 2004: Franck Caldeira de Almeida (masculino) e Deborah Mengich (feminino)
- 2005: Luís Fernando de Almeida Lima (masculino) e Fabiana Cristine da Silva (feminino)
- 2006: Mathew Cheboi (masculino) e Ednalva Laureano da Silva (feminino)
- 2007: João Ferreira de Lima (masculino) e Edielza Alves dos Santos (feminino)
- 2008: João Ferreira de Lima (masculino) e Nancy Jepkosgel Kipron (feminino)
- 2009: Martin Hhaway Sulle (masculino) e Eunice Kirwa (feminino)
- 2010: Damião Anselmo de Souza (masculino) e Eunice Kirwa (feminino)
- 2011: Mark Korir (masculino) e Eunice Kirwa (feminino)
- 2012: Mark Korir (masculino) e Maurine Kipchukba (feminino)
- 2013: Giovani dos Santos (masculino) e Nancy Jepkosgei Kiprop (feminino)
- 2014: Edwin Kiprop Kibet (masculino) e Nancy Jepkosgei Kiprop (feminino)
- 2015: Giovani dos Santos (masculino) e Tatiana de Souza Araújo (feminino)
- 2016: Giovani dos Santos (masculino) e Consolata Cherotich (feminino)
- 2017: Altobeli Santos Silva (masculino) e Tatiele Roberta de Carvalho (feminino)
- 2018: Altobeli Santos Silva (masculino) e Salome Chepchumba Masobo (feminino)
- 2019: Nikolas Kosgei (masculino) e Jenifer Silva (feminino)
- 2022: Altobeli Santos Silva (masculino) e Jenifer Silva (feminino)
- 2023: Fábio de Jesus (masculino) e Vivian Jelagat Jeptepkeny (feminino)
- 2024: Walace Evangelista Caldas (masculino) e Felismina da Silva (feminino)
Fonte: Ge.globo.com