Chegada histórica na maratona masculina do Mundial de Tóquio

A maratona masculina do Mundial de Tóquio foi um verdadeiro espetáculo! Com uma chegada emocionante, onde a vitória foi decidida por milésimos de segundo, essa prova ficará marcada na história do atletismo. Vamos explorar os detalhes dessa corrida incrível!
A Maratona Masculina do Mundial de Tóquio: Uma Prova para a História
A maratona masculina no Mundial de Atletismo de Tóquio não foi apenas uma corrida, foi um verdadeiro drama esportivo. Em meio a um calor intenso e alta umidade, a prova se desenrolou de forma imprevisível, com os favoritos enfrentando dificuldades e o pódio sendo decidido apenas nos últimos metros. A emoção foi tanta que a chegada parecia mais uma disputa de 100 metros rasos, com a vitória sendo confirmada por um photo finish.
Condições Climáticas Desafiadoras Marcam a Competição
As condições climáticas em Tóquio, com muito calor e umidade, foram um fator crucial que testou os limites dos atletas. Muitos corredores, inclusive alguns dos mais esperados, não conseguiram manter o ritmo e acabaram “derretendo” ao longo do percurso. Essa adversidade transformou a maratona em um teste de resistência e estratégia ainda maior.
Uma Chegada Eletrizante e a Decisão Pelo VAR
O final da prova foi de tirar o fôlego. O tanzaniano Alphonce Felix Simbu e o alemão Amanal Petros protagonizaram uma disputa palmo a palmo até a linha de chegada. A diferença foi tão mínima que a decisão do campeão precisou ser feita pelo VAR, através de um photo finish. Simbu levou a melhor por apenas três centésimos de segundo, marcando a menor margem de vitória já registrada em uma maratona de mundiais de atletismo. Ambos os atletas registraram o mesmo tempo oficial: 2:09:48. A corrida aconteceu na manhã de 15 de setembro, no horário local japonês.
Alphonce Felix Simbu: O Campeão que Fez História
Para Alphonce Felix Simbu, a vitória representou muito mais do que uma medalha. Ele expressou seu orgulho por colocar a Tanzânia no topo do pódio, descrevendo o momento como a realização de um sonho. “Nós escrevemos uma nova história como país. Era o meu sonho. Estou em paz. É uma questão de disciplina, treino e nunca desistir. Depois de 2017, venho tentando ganhar outra medalha, mas falhei. No ano passado, Paris foi um desafio e este ano decidi dar o meu melhor. Fiz diferentes tipos de treinamento sob diferentes condições climáticas”, declarou Simbu, ressaltando a importância da disciplina e da persistência.
Amanal Petros: A Prata com Sabor de Aprendizado
Amanal Petros, que conquistou a medalha de prata, também comentou a intensidade da chegada. “Eu nunca vi algo assim na maratona – ambas as provas (masculina e feminina) terminaram num sprint final. É como os 100 metros”, disse ele. Apesar da derrota por uma fração de segundo, Petros viu a prata como uma fonte de energia e motivação para futuras competições. Ele admitiu ter sido surpreendido pela aceleração de Simbu no final, mas encarou a experiência como um aprendizado valioso.
Iliass Aouani: O Bronze e a Liderança Estratégica
O italiano Iliass Aouani, que chegou a liderar a prova momentos antes de entrar no estádio, garantiu a medalha de bronze com o tempo de 2:09:53. Aouani demonstrou satisfação com sua performance, apesar de reconhecer que seus adversários tinham mais “pernas” no sprint final. “Estou orgulhoso e feliz com a maneira como conduzi a corrida. Estava relaxado no final e forcei, mas os outros caras tinham mais pernas do que eu. Significa muito. Este é um esporte difícil, as pessoas não sabem que por trás desta medalha há muitas frustrações, muitas corridas ruins, oportunidades perdidas”, refletiu o corredor sobre os desafios do esporte.
A Largada e os Primeiros Quilômetros: Um Início Agitado
A prova já começou com um incidente: o queniano Vincent Ngetich queimou a largada, exigindo uma nova partida. Nos primeiros 5km, um pelotão de cerca de 15 atletas se formou, com Ngetich liderando a passagem em 15:22. Nomes como Petros, Simbu, Aouani, Abel Chelangat, Isaac Mpofu, Sondre Moen, Suldan Hassan, Deresa Geleta e Stephen Kissa estavam entre os primeiros.
O Pelotão e as Estratégias de Corrida: Liderança em Constante Mudança
A liderança do pelotão foi bastante disputada e alternou entre diversos atletas. O alemão Richard Ringer assumiu a ponta nos 10km, passando em 30:48, seguido de perto por Victor Kiplangat, Chelangat, Petros, Simbu, Ngetich e Mohamed Reda El Aaraby. Ao longo da prova, El Aaraby, o etíope Tadese Takele (campeão da Maratona de Tóquio deste ano), Ngetich, Kiplangat e o sueco Hassan se revezaram na frente. Hassan liderou um grupo de mais de 20 corredores nos 20km, com tempo de 1:01:54. Kiplangat manteve o controle na metade da prova (1:05:19), mas foi Geleta quem liderou o pelotão nos 30km em 1:32:27. Kiplangat tentou uma arrancada aos 33km, liderando por cerca de 6km, mas acabou quebrando e abandonando. Chelangat assumiu brevemente, até que Aouani, Petros e Simbu se destacaram para a disputa final.
O Desempenho dos Corredores Brasileiros
O Brasil foi representado por três atletas: Johnatas de Oliveira, Paulo Roberto Paula e Ederson Vilela Pereira. Johnatas de Oliveira foi o melhor brasileiro, alcançando a 38ª posição com o tempo de 02:18:22. Ele chegou a se manter no pelotão da frente no meio da prova, mas não conseguiu sustentar o ritmo. Paulo Roberto Paula terminou em 45º lugar (02:20:18) e Ederson Vilela Pereira ficou na 63ª posição (02:28:40). Dos 90 atletas que largaram, 66 conseguiram completar a maratona.
O Que Essa Maratona Representa para a Tanzânia
A vitória de Alphonce Felix Simbu é um marco histórico para a Tanzânia. Em suas palavras, ele e seu país “escreveram uma nova história”, demonstrando que a dedicação e o treinamento podem levar a conquistas grandiosas no cenário mundial do atletismo. É um momento de grande orgulho e inspiração para a nação.
Reflexões sobre a Competição: A Essência da Maratona
Essa maratona em Tóquio nos lembra a essência do esporte: a imprevisibilidade, a superação e a disciplina. Não é apenas sobre ser o mais rápido, mas sobre a capacidade de adaptação às condições, a inteligência na estratégia e a resiliência para não desistir, mesmo quando o corpo e a mente estão no limite. A prova foi um testemunho da paixão e do esforço que cada corredor dedica ao seu sonho.
O Futuro das Maratonas e Suas Histórias
Eventos como a maratona masculina do Mundial de Tóquio não são apenas competições; são capítulos que se somam à rica história do atletismo. Eles inspiram novas gerações de corredores e reforçam a beleza e a brutalidade dessa modalidade. Cada chegada, cada recorde, cada história de superação contribui para o legado das maratonas, mostrando que, no asfalto, a emoção e a glória podem ser decididas em um piscar de olhos.
Fonte: Estadão